25 de jan. de 2009

Hostil


Hostil
Phelipe Fabres phelipefabres@gmail.com
Toca alto o som, são as trombetas? Não! É o despertador! Eis que mais um
dia surge em meio a tantos outros, mas hoje o som está mais agudo,
forte e carregado de emoção. Até meu acordar tudo mudou. Pessoas não
pensam mais como 24 horas antes. O que parece é que uma profecia tinha
acabado de se cumprir, o novo Messias acabara de retornar triunfante
com suas asas de nostalgia, seu olhar emanando tenacidade, e assim
nascia uma anjo.......negro!
Por que a euforia? Obama o Enviado? Um misero dia e anos de
anti-americanismo se esfacelaram perante uma lenda: a do unificador de
almas! 250 anos de racismo caíram em uma campanha graças a um povo que
atualmente perdeu seu mais precioso bem, sua identidade.
Sempre taxados de hipócritas, os gringos nada mais eram do que
extremamente auto-confiantes. Tudo em sua nação funcionava e bem,
essa base de que o sistema por eles mantido era melhor de que todos os
outros trazia a boçalidade por nós, os outros, tanto comentada e
criticada. Ai veio a pedra, o louco que disse: "Voltem para o
chão! Somos iguais a vocês"! Boom! Duas torres, milhares de mortos e
principalmente uma identidade jogada no limbo, agora eles respiravam
nosso famigerado ar. E pelos outros lados um sentimento de dor e de
alegria se misturava acentuando a tênue linha que separa o amor do
ódio.
Mas a emoção de ver aquele homem em meio a 250 mil pessoas não só me
fez chorar, mas também enxergar que ali se encontra nada mais que um
RockStar da política que percorreu um caminho de redenção, luta , e
muitas dificuldades: bem Hollywood! O que eu vejo é um grande jogador
de palavras, alguém que com um olhar mostra todo o seu caráter, a sua
luta em torno de conseguir ser um cidadão. Toda a história sempre
esteve contra ele, isso que ele passa: "Yes, we can!(Sim, nós
podemos!)". E o mundo pode e quer de volta o seu regente, simplesmente
por que ele, por mais de um século, é quem dita as regras, é quem move a
engrenagem para a máquina funcionar. Simples. Nosso Padrinho voltou!
Como um legítimo Corleone, o Tio Sam deixa todos os seus apadrinhados
agirem como bem entenderem, desde que sigam suas premissas. Bate com
uma mão e afaga o ego com a outra, mas também segue de modelo para que
quando ele sucumbir o próximo siga o mesmo caminho. Por isso que queremos
sua volta, pois sua queda não foi total e assim a cadeira de "chefe"
da "máfia" das relações internacionais ainda está preenchida.
Eles me venderam um mágico, assim como comprei um nacional a quatro
anos. "A mudança chegou!", ambos falaram. Mas no tupiniquim faltou a
mágica de transformar todos os sonhos em realidades, todas as promessas
em concretizações. Mas aqui o fracasso é histórico (infelizmente).
Todos só tem esperança, sem mágica ainda. Mas é bom que ele esteja
bem treinado em concretizar como estava em prometer senão, "O mundo
inteiro é hostil!"

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