29 de jan. de 2009

O VALE


O VALE

Phelipe Fabres phelipefabres@gmail.com

Em um vale com campos esverdeados , árvores de ipês floridos e rosas
que se espalham por todos os lados em foras unilaterais e desconexas.
Ali apenas o vento sopra por caras, cabelos, mãos, corpos e estes por
sua vez estão andando pois nessa ora o caminhar através do vento,
contra ele, não traz desordem, luta ou dor, traz apenas a sensação, o
cheiro de que esse talvez seja o caminho certo.
Seria essa a diretriz? O caminho em direção contraria? O que seria
agora a alegria? Nós trocamos de lado, mas as duvidas sempre persistem.
A solidão sempre traz momentos reflexivos que por muitas vezes nos
tornam mais sentimentais, mais sensíveis, e principalmente mais
críticos e expostos quanto aos nossos sentimentos. No entanto em vez
de classificá-la como um ultraje a depressão ela deveria ser livre
dessas idiossincrasias: tudo depende da vontade daquele que sente!
Por mais que sempre queremos acreditar que o que rege nossa vida é o
acaso ou a plenitude dos fatos o que realmente define nosso leque de
possibilidades são nossas escolhas. Esses marcos, em nossa caminhada
enquanto seres humanos, definem todas as linhas, os leques de
possibilidades de nossos caminhos. Aí que os momentos conosco mesmos
podem nos ajudar a termos o melhor caminhar pela linha da vida
possível: o auto-conhecimento gera o verdadeiro EU de cada um! Então
assim: "Eu não vou mudar não/Eu vou ficar são/Mesmo se for só não vou
ceder/Deus vai dar aval sim/O mal vai ter fim/E no final assim
calado/Eu sei que vou ser coroado rei de mim."
Rei! O nobre que comanda uma sociedade. Mas o quanto você é rei da mais
complexa integração de seres, você mesmo, é o que talvez definiria o
quanto durante sua vida você poderá caminhar por estradas mais macias,
felizes. Talvez assim sendo coroado possa eu relembrar não do frio, do
vazio, do silêncio amargo dos "outros", mas sim de que a partir dali
eu comecei a "gostar" mais de tudo que sempre tive e nunca percebi: a
felicidade!

25 de jan. de 2009

Hostil


Hostil
Phelipe Fabres phelipefabres@gmail.com
Toca alto o som, são as trombetas? Não! É o despertador! Eis que mais um
dia surge em meio a tantos outros, mas hoje o som está mais agudo,
forte e carregado de emoção. Até meu acordar tudo mudou. Pessoas não
pensam mais como 24 horas antes. O que parece é que uma profecia tinha
acabado de se cumprir, o novo Messias acabara de retornar triunfante
com suas asas de nostalgia, seu olhar emanando tenacidade, e assim
nascia uma anjo.......negro!
Por que a euforia? Obama o Enviado? Um misero dia e anos de
anti-americanismo se esfacelaram perante uma lenda: a do unificador de
almas! 250 anos de racismo caíram em uma campanha graças a um povo que
atualmente perdeu seu mais precioso bem, sua identidade.
Sempre taxados de hipócritas, os gringos nada mais eram do que
extremamente auto-confiantes. Tudo em sua nação funcionava e bem,
essa base de que o sistema por eles mantido era melhor de que todos os
outros trazia a boçalidade por nós, os outros, tanto comentada e
criticada. Ai veio a pedra, o louco que disse: "Voltem para o
chão! Somos iguais a vocês"! Boom! Duas torres, milhares de mortos e
principalmente uma identidade jogada no limbo, agora eles respiravam
nosso famigerado ar. E pelos outros lados um sentimento de dor e de
alegria se misturava acentuando a tênue linha que separa o amor do
ódio.
Mas a emoção de ver aquele homem em meio a 250 mil pessoas não só me
fez chorar, mas também enxergar que ali se encontra nada mais que um
RockStar da política que percorreu um caminho de redenção, luta , e
muitas dificuldades: bem Hollywood! O que eu vejo é um grande jogador
de palavras, alguém que com um olhar mostra todo o seu caráter, a sua
luta em torno de conseguir ser um cidadão. Toda a história sempre
esteve contra ele, isso que ele passa: "Yes, we can!(Sim, nós
podemos!)". E o mundo pode e quer de volta o seu regente, simplesmente
por que ele, por mais de um século, é quem dita as regras, é quem move a
engrenagem para a máquina funcionar. Simples. Nosso Padrinho voltou!
Como um legítimo Corleone, o Tio Sam deixa todos os seus apadrinhados
agirem como bem entenderem, desde que sigam suas premissas. Bate com
uma mão e afaga o ego com a outra, mas também segue de modelo para que
quando ele sucumbir o próximo siga o mesmo caminho. Por isso que queremos
sua volta, pois sua queda não foi total e assim a cadeira de "chefe"
da "máfia" das relações internacionais ainda está preenchida.
Eles me venderam um mágico, assim como comprei um nacional a quatro
anos. "A mudança chegou!", ambos falaram. Mas no tupiniquim faltou a
mágica de transformar todos os sonhos em realidades, todas as promessas
em concretizações. Mas aqui o fracasso é histórico (infelizmente).
Todos só tem esperança, sem mágica ainda. Mas é bom que ele esteja
bem treinado em concretizar como estava em prometer senão, "O mundo
inteiro é hostil!"

Crônica de uma crônica em uma crônica!‏

Crônica de uma crônica em uma crônica!‏
Phelipe Fabres - phelipefabres@gmail.com

E tudo começa novamente! Um grande circulo, que por vezes penso ser
sincronizado, com pontos marcados minuciosamente posicionados para que
apenas a perfeição do "passar de estágio" possa ser observada. E tem
um som! Seco e eficaz como um grito que pode ou não extravasar os
melhores ou maiores pormenores desse que apenas é o tempo da vida, que
bate, que toca, que conta, mas que sempre vai e sempre volta para de
onde ele nunca saiu: de nós mesmos!
Não é raro: é invisível! O ciclo depende daquele que o sente, essa
eterna gangorra de altos e baixos com um singelo toque de melancolia é
que me deixa capcioso, inquieto e por vezes confuso. Qual será o meu
ciclo? O que está por vir na próxima página? Onde fica essa fonte de
inesgotável entusiasmo e relevância que nominamos novidade? É nela:
uma variável!
Pode parecer coisa de "nerd", mas a variável sempre muda tudo: seja um
amor que surge e deixa a vida sem mais arestas apenas continuísmo;
talvez uma reconciliação de amigos, irmão familiares que permite a
reflexão no por que de sempre termos dificuldade de controlarmos nosso
próprio ego; ou quem sabe o retorno dos ausentes, dos que se foram
seja na lembrança, presença ou na dor de uma ferida que nunca
cicatrizou de verdade. Depois desses momentos sempre há um recomeço,
podendo ser trágico, eufórico, mas com certeza moldado com muita
vontade e constatação de que esse é o mais importante de toda a nossa
existência.
"Só eu sei/Nos mares por onde andei/Devagar/Dedicou-se mais/O acaso a
se esconder/E agora o amanhã, cadê?", ta aqui na frente reluzindo.
Essa é a frase poesia de baixo ciclo, de destempero. Daí: "Eu quis te
convencer, mas chega de insistir/Caberá ao nosso amor o que há de
vir/Pode ser a eternidade má/Caminho em frente pra sentir saudade",
vem luz do sofrimento que sempre traz a verdade: somos feitos pra
suportar essa variação destemperada, pois nós acrescentamos o "molho"
que dá o gosto de nossa existência.
Somente de sons então seguimos, musicas que começam e terminam. De
repente uma animada, no outro uma triste, mas sempre todas verdadeiras
obras primas compostas pelo senhor de sua existência: você! E
repete-se até que uma hora ela não fará mais nenhuma diferença, pois
o que era novo se torna senso comum, ai é o momento em que ela se torna
diferente, fala outra língua e assim segue sem começo, meio ou fim
apenas uma disco em uma vitrola esperando a única coisa que pode
determinar sua partida: o tempo que é aliado se tornar mais um vilão,
eis um contraste da vida!