O período 1964-1985, em que os militares governaram o Brasil, aparece como uma marca indelével na história do país. Já ganhou inúmeras denominações: para os militares que o conduziram foi uma revolução, para os setores de esquerda ou para quem o contradiz foi um golpe militar ou ditadura, historiadores e outros que o analisam, o período ganha a denominação de anos de chumbo ou estado militar. Não importa a denominação que se dê ao período ou a ótica a partir da qual ele seja visto e analisado, esse é um período que marcou indelevelmente a história.
Não que militares não tivessem, antes, governado o país ou não tivessem feito intervenções na política. Pode-se destacar, inclusive, que foram os militares que instalaram a república e a governaram os primeiros anos da república da espada. Mas em nenhum dos períodos anteriores ganhou as proporções, as características e particularidades que são específicas e que só são encontradas entre 1964-1985.
Nunca, em períodos anteriores, a repressão foi tão amplamente usada atingindo, da mesma forma violenta, todas as classes sociais e todas as categorias e organizações da sociedade. Artistas, intelectuais, sindicalistas, religiosos, estudantes, políticos e vários outros segmentos, viram-se de repente, nas mãos da repressão: perseguidos, presos, torturados e, em muitos casos, mortos. O número de mortos e desaparecidos ainda é um mistério que, dificilmente, será revelado em sua plenitude e com toda a verdade, ante o silêncio que ainda é feito ao redor do tema, além das controvérsias entre os que fizeram e comandaram o período e os que sofreram suas agruras.
Além de ser uma marca na história do país, esse período deixou sua marca, também, na história da educação nacional. Tanto que alguns autores afirmam que além do golpe militar ocorreu, também, um golpe na educação.
A afirmação acima pode ser ilustrada pelas várias crises, conflitos e contradições que podem ser detectados no período em que os militares governaram o país, após 1964. E, para nós que vivemos em Rondônia, esse período pode ser usado para se pesquisar o processo de formação de nossos municípios e, inclusive, como guia para a compreensão da história da educação. Em nosso caso estamos usando o período do golpe para entender o processo de implantação das primeiras escolas em Rolim de Moura – RO.
(Este texto é parte de nosso artigo, publicado na Revista Farol - Faculdade de Rolim de Moura, ano II, nº IV, jul/dez 2006, p. 9-32.
Caso deseje o artigo completo - gratuitamente - solicite em: neri.car@hotmail.com)
Neri de Paula Carneiro
Filósofo, Teólogo, Historiador
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